domingo, 24 de junho de 2007

Novas Brincadeiras: Bloodplay, o fetiche do sangue


[notas sobre as fotos]: Os utensílios de cultura material vistos aqui são modos tecnológicos da diversidade do pensamento humano. Em algum momento um ‘animal racional’ pensou e desenvolveu tais artefatos [sendo que é possível também considerar uma ressignificação dos mesmos]. Essas fotos fazem parte de um pequeno acervo de possibilidades do bloodplay.
Algumas práticas culturais são tidas como inaceitáveis em determinadas sociedades por, aparentemente, se afastarem da normalidade, recebendo um pesado rótulo de manifestações patológicas. Mas não acredito nessa ‘patologia’, melhor dizendo, prefiro ter como modo pensar, sentir e agir, todas aquelas atitudes relacionadas com o tal do ‘relativismo cultural da antropologia’. Nesse sentido, me afasto das práticas etnocêntricas [embora reconheça nelas, também, um importante aspecto que estrutura momentaneamente as identidades culturais]. Bom, eu disse isso porque agora quero tentar explicar uma prática cultural pouco difundida em contexto nacional, muito embora algumas ‘cenas’ [...] há deixa pra lá [...] não tem relevância. O fato é que daqui a algum tempo novos termos como bloodsports ou bloodplay serão incorporados ao imaginário coletivo e, a priori, serão tratados como atos delinqüentes – com toda certeza –, para somente depois passarem por processos de legitimação social. Escrevo isso hoje no intuito de informar sobre práticas culturais pouco difundidas e evitar possíveis interpretações preconceituosas. Bloodsports ou bloodplay são termos usados para práticas corporais que envolvem sangue, podendo ter um cunho sexual, lúdico, estético ou outra coisa que ainda não foi pensada. Tais práticas consistem em fazer cortes ou perfurações no corpo [pela própria pessoa ou por outra], assumindo o sangue um papel central numa espécie de ‘ressemantização’ do fetiche, penso eu. Como outras coisas na vida, tais ações requerem uma série de cuidados, haja vista a possibilidade da transmissão de doenças mediante o contato com o sangue. Assim, atitudes como beber o sangue de outrem é – de fato – algo perigoso. Na literatura e em trabalhos de psiquiatria pode-se encontrar uma recorrência ao termo ‘vampirismo’ para algumas dessas atividades, muito embora seu significado extrapole os limites dessas classificações lingüísticas. Esse joguinho de sangue pode ser dialeticamente associado, ainda dentro de uma perspectiva psicológica, com os pares ‘bondade e disciplina’, ‘submissão e dominação’ e ‘sadismo e masoquismo’[BDSM], mas eu não penso dessa forma. Alguns adeptos das modificações corporais extremas também se utilizam, ludicamente, desse tipo de ‘brincadeirinha sangrenta’. Afinal de contas o sangue é – para mim – também, um elemento estético. Outras vozes, que não a minha, irão ecoar: “psicótico, desviante, repugnante” [...] não irão faltar termos para que uma maioria cultural se manifeste contra a diferença. É difícil aceitar que somos diferentes. Pelo menos o senso comum já chegou à conclusão de que “a beleza está nos olhos de quem vê”!!!

domingo, 17 de junho de 2007

Das incertezas: ou discurso filosófico moderno sobre a interrogação

[nota anterior à leitura]: Trata-se de um texto denso, se não tiver nada melhor pra fazer, vá em frente. Se quiser entender, leia com calma e de forma a orientar sistematicamente seu pensamento, para que ao final possa ter uma compreensão melhor da problemática e da conclusão final. Não esqueça de considerar, impreterivelmente, a pontuação do texto. Trata-se de um discurso ‘abstrato’, não obstante repleto de argumentações lógicas. Por último, vale ressaltar, esse texto foi escrito por um ser incerto que possui algumas certezas [eu]. Boa leitura.

Ninguém é cem por cento seguro de tudo aquilo que deseja. O próprio funcionamento do cérebro [que não cabe aqui explorar os limites até então estabelecidos pela ciência, restando aqui apenas considerar as publicações mais difundidas e um entendimento genérico sobre esse tema] já explicaria, em parte, a defesa de minha breve argumentação. Um exemplo disso residiria, talvez, na conquista de um sonho, o qual, depois de alcançado deixa de ser sonho, podendo ou não perder o sentido, mas sempre instigando uma nova perspectiva ainda não pensada. Sim, nossas relações sociais são sempre dinâmicas e acompanhadas por uma cognição também mutante. Isso nos leva a ponderar a afirmação supracitada de que ‘ninguém é cem por cento seguro, sempre’. Partindo disso, sou levado a pensar [e aí cabe também considerar a pesquisa da minha amiga Raña (2006)] numa análise do ser a partir da introspecção como método. Muitas coisas que podem ser consideradas certezas estão ancoradas em uma multiplicidade de incertezas, as quais tendem, de alguma forma – e a partir de atitudes racionais –, a tomarem uma forma temporariamente fixa, ao fim, sendo constantemente remodelada e reordenada, sendo assim possível considerar a variável da incerteza enquanto aspecto estruturante do ser. Até aqui tudo claro, né?! Então vamos em frente [...] Ter certeza das incertezas que nos circundam já é o primeiro passo para se pensar o problema a partir das descontinuidades, fazendo com que a partir dessa perspectiva se possa melhor compreender o fenômeno da incerteza que ronda a humanidade desde tempos longínquos e em espaços diversos. Mas pergunto eu, não seria, também a incerteza, uma grande aliada na construção da nossa visão de mundo? Ora, ao pensar nessa possibilidade sou capaz de expandir meus caminhos, seguir e pensar em destinos nunca antes trilhados, os quais podem me levar a grandes descobertas, ou decepções, estas, em última análise, serão também responsáveis por um re-ordenamento da realidade concreta, ou seja, irá influenciar o ser na construção de sua visão de mundo. O ser humano sempre se vê assolado por inúmeras incertezas, as quais emergem, grande parte das vezes, como problemas a serem resolvidos. E os são na verdade. Com efeito, toda incerteza parece-me ser o prefácio de soluções, afinal, ao buscarmos solucionar nossas incertezas [ou problemas, como preferem alguns assim classificar], a partir da ‘análise de possibilidades’, nos colocamos frente a diversos mundos possíveis. Assim, pensando a questão a partir da metáfora de um labirinto, certamente tomaríamos caminhos errados até que achássemos a saída, pois não se conhece de antemão o caminho correto a trilhar. A única certeza, temporal, é que o labirinto tem uma saída [dada à forma como concebemos a categoria ‘labirinto’ em nossa cultura] e que se pode ter, um ou mais caminhos para conseguirmos sair do labirinto. Nesse sentido, importa mais, pensar sobre as incertezas e decidir um caminho para seguir, mesmo que este esteja ‘errado’ [e o erro é relativo]. Vencer a inércia e considerar as incertezas enquanto um mundo possível é entender parte dos complexos caminhos que o cérebro encontra na busca da ausência de dor no corpo e perturbação na alma.

domingo, 10 de junho de 2007

Para ser Homem é preciso...


Os homens deveriam saber o quanto é importante ser verdadeiro com os sentimentos. De fato, tenho visto homens que não sabem de nada, parecem agir com ‘instinto’, como se fossem animais ‘irracionais’. Estão sempre preocupados com a quantidade de mulheres que ‘pegaram’ e/ou ‘comeram’ [termos, aliais, que deveriam abominar]. Se o homem fosse, realmente, inteligente não tentaria ‘amar prendendo’, como se a mulher fosse um animal de cativeiro, um homem inteligente não aprisiona uma mulher, ele a liberta. Pobres criaturas – parecem não ter sensibilidade para compreender a beleza de conquistar a mesma mulher várias vezes, então sentem a necessidade de estar sempre de ‘galho em galho’. Ser homem é ter sensibilidade, dar a mão na hora necessária, ouvir atentamente as questões mais estranhas, penetrar no universo feminino – em outras palavras –, é preciso pensar como mulher, imergir na cosmologia e na visão de mundo delas. Conhecer os pensamentos femininos é conhecer os seus sonhos, suas aspirações, inquietações e tudo mais que fazem seus olhinhos brilharem. Para ser homem de verdade é necessário respeitar e ter admiração, ser paciente, cultuar seu sorriso todos os dias, finalmente, é preciso querer fazer a mulher feliz! Ser fiel é fácil, basta o homem se dar conta da preciosidade ao seu lado. Se um homem não se der conta é porque ele não deve gostar de mulher, gosta, no máximo de sexo.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

O Homem Invisível – Parte I (ou tipo I)

Por vezes temos que ser invisíveis para nos tornarmos visíveis. A vida é cheia de regras e exceções. Regras existem, na minha concepção, para serem quebradas. E as exceções são as partes boas de toda regra. A subversão sempre me agradou. Nunca tive comportamentos padrão, quase nunca faço parte da maioria. Normalmente isso é bom, mas às vezes troco os pés pelas mãos. Claro que estou sempre querendo acertar, mas como ninguém é perfeito, espero que as pessoas especiais me perdoem pelas pequenas falhas. Posso garantir que sempre tento acertar, não gosto de decepcionar seres, verdadeiramente, humanos. Tornar-se invisível é ser atribuído de significado por outrem, logo, ficar invisível é também, em contrapartida, ganhar visibilidade. Só se percebe uma ausência [invisibilidade] quando o ‘objeto’ ou ‘ser’ em questão, de certa forma, deixa vazia uma lacuna de alguma coisa para alguém. Pode ser através de um toque, de um cheiro, de breves palavras ou um simples olhar. O homem invisível é aquele que sempre é lembrado!