segunda-feira, 7 de maio de 2007

“Ô véi (...) você é EMO, é?!”


Não, não sou. Mas foi isso que ouvi de um garoto, de aproximadamente 14 anos, enquanto andava pelas ruas de Salvador. Pois é, parece brincadeira!!! Inicialmente a pergunta do garoto me causou um riso escroto, afinal, uma pergunta merece sempre uma resposta! Mas era quase um adolescente, que como eu, um dia, buscou respostas para se identificar. Assim, contive meu ímpeto sarcástico e simplesmente acenei com a mão dizendo que não. Segui andando e, num segundo momento, fiquei pensando sobre a questão, pois esse questionamento (acerca do que seria um emo) havia surgido nas minhas conversas de boteco. Faço parte de uma geração diferente. Ouvi muito hardcore brutal e com atitude (Tropa Suicida, Chãos 64, Lobotomia, Olho Seco, DRI, etc) não havendo espaço para sentimentalismos, maquiagens e depressão. Enfim, deixa eu tentar explicar o que entendo por emo. Emo é, provavelmente, abreviação de palavra ‘emocional’, derivada do contexto em que surgiu (nos EUA na década de 1980). Acho que um exemplo antropológico pode elucidar uma importante questão sobre a identidade emo. No âmbito das religiões afro-brasileiras os jêjes chamavam os iorubás pejorativamente de nagô, sinônimo de ‘sujo, imundo’, este fato, depois de algum tempo, passou a adquirir uma conotação extremamente positiva, sendo motivo de orgulho se referir, por exemplo, ao ‘sangue nagô’. Bom, com termo emo também aconteceu algo parecido. As bandas não queriam ser rotuladas como tal, mas a história, através de sucessivas intervenções, se encarregou de transmutar algo, a priori negativo, em um movimento que, no mínimo, merece respeito das gerações mais antigas. Hoje, é possível dizer que a identificação do indivíduo ou de um grupo como emo transcende as barreiras da música. Esse novo ‘hardcore emocional’, que já possui com uma série de subdivisões, tem atraído um crescente número de jovens e contribui para a uma intensificação dinâmica das identidades produzidas, observados no Brasil, somente no início deste século. Ao compartilharem determinadas visões de mundo, o modo de vida emo consegue influenciar também outros aspectos da vida social, tais como o comportamento, geralmente emotivo e tolerante, e a moda, com franjas caindo pelos olhos e pinturas de olhos e unhas de preto (independente do gênero em questão). Eles se identificam e são identificados pelos outros, por esse motivo acredito se tratar de ‘movimento legítimo’, ou seja, validado socialmente. No entanto eu tenho todo o direito de não gostar, e não gosto.

6 comentários:

Anônimo disse...

Porra de "movimento legítimo", zóio!

EMO = VIADAGEM

hehehehehehehe

W.G.

Anônimo disse...

Hahahahahahahaha
Oq eu mais achei engraçado foi a pergunta q o garoto te fez!
hahahaha
O resto, foi tudo muito instrutivo! :)
Vou adicionar seu blog nos meus favoritos!
Beijocas Bruno!
=*******

Unknown disse...

ainda preciso de muitas outras informações, a respeito da ideologia "emo", para validar uma opinião, embora essas questões hj me causem uma certa apreensão...
meu filho, vc mesmo pontuou...
meu verdadeiro desejo? q ele seja questionador, até mais doq transformador... se nas suas indagações, ele se assegurar, ainda q da aceitação (ou identificação), cultivará além do meu respeito, a minha tranquilidade...

Anônimo disse...

O teste escroto disse que eu ainda não sou, mas tenho tudo pra ser haha.

N.O.S. disse...

tá todo interessado hein? Já estão te confundindo com um?

EMO é que nem MACABÉA, cada um tem o seu. kkkkk

Anônimo disse...

Bruno

Eu realmente gostei de seu espaço, como disse no orkut sempre tive curiosidade em ler coisas suas!

voltarei mais vezes pra ler com calma suas coisas!

um Beijo